o violão que segue na mesma cadência uma sequência de rimas que remetem a coisas que doem
as notas das cordas a ressoarem no corpo "é o fundo do poço, é o fim do caminho no rosto um desgosto, é um pouco sozinho"
a batida que não dá espaços ao vazio
a voz que canta sem pausa, um lamento
uma oração que hipnotiza
"é o projeto da casa, é o corpo na cama
é o carro enguiçado, é a lama, é a lama"
o tom melancólico, monótono
como que agarrado numa melodia invariante
palavras que fazem doer
"um espinho na mão
um corte no pé"
a sensação de estar sem saída...
- águas de março, na interpretação de joão gilberto
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