terça-feira, 30 de maio de 2023

águas de março, na interpretação de joão gilberto


sensação de estar sem saída
uma agonia que paralisa

o violão que segue na mesma cadência uma sequência de rimas que remetem a coisas que doem

as notas das cordas a ressoarem no corpo "é o fundo do poço, é o fim do caminho no rosto um desgosto, é um pouco sozinho"

a batida que não dá espaços ao vazio a voz que canta sem pausa, um lamento

uma oração que hipnotiza "é o projeto da casa, é o corpo na cama é o carro enguiçado, é a lama, é a lama" o tom melancólico, monótono como que agarrado numa melodia invariante

palavras que fazem doer "um espinho na mão um corte no pé" a sensação de estar sem saída...
- águas de março, na interpretação de joão gilberto

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a estranha sensação de algo que você deseja acontecer mas não do jeito e na hora que você quis